Cuidados na Hora do Parto


A gestação deve ter acompanhamento veterinário desde o cruzamento. A duração é de 60 dias (58 a 62 dias) em média. O diagnóstico da prenhez pode ser feito por palpação (a partir de 35 dias de gestação) ou por ultra-sonografia (a partir de 20 dias em raças grandes).
A cadela tende a apresentar uma mudança de comportamento mas, externamente, a gestação só será notada nos últimos 20 ou 30 dias.
Deve ser administrado cálcio (sob orientação do veterinário) à cadela gestante a partir de 15 dias antes do parto previsto até a época do desmame (filhotes com 25 a 30 dias).
O parto para qualquer animal é um ato natural, representando o término de uma gestação. Se esta teve seu transcurso normal, o parto também deverá transcorrer normal, a não ser que os fetos sejam excessivamente grandes, ou por outro lado, excessivamente pequena em relação a própria cadela mãe, havendo portanto desproporção entre os tamanhos dos fetos e das vias uterinas utilizadas para a saída dos filhotes. O tamanho da bacia da cadela, formada pelos ossos Ileo, isquio e pubis, é o principal fator a ser considerado para essa saída normal dos fetos no momento do parto e determinantes de seu transcurso. Uma bacia pequena em relação ao tamanho dos fetos, denominada angústia pélvica, com fetos maiores que essa via natural da fêmea, quase sempre determina um parto anormal - denominado de distócico - obrigando o veterinário parteiro a realização de interferência cirúrgica.
A recomendação aos proprietários de cães ou criadores é que não alterem a rotina que vinham mantendo com seus animais agora gestantes, unicamente pelo fato de encontrarem-se agora nesse estado. Deixe-as continuar sua rotina diária, inclusive com exercícios como o são o de andar, correr e mesmo pular. Apenas a alimentação dos animais gestantes merece especial cuidado. Deve continuar sendo dada a ração que a cedela está acostumada, porém, agora fracionada em mais vezes por dia, e aumentando (sem exagero), paulatinamente a quantidade total do dia, devido o fato da gestante para bem gerar seus futuros filhos necessitar de maior quantidade de nutrientes, e de boa qualidade.
Caso as vacinas contra: Cinomose-Hepatite-Leptospirose-Parvovirose e Coronavirose tenham sido ministradas há mais de um ano, faz-se necessária sua repetição pelo menos até 30 dias antes da data prevista para o parto. Quando o momento para o parto estiver próximo, e será facilmente visível pelo próprio aumento de volume da fêmea gestante, além de concomitante desenvolvimento das mamas e mesmo estado geral de engorda do próprio animal, será notado que seu andar fica diferente: mais lento e cuidadoso além dela mesma se tornar mais sonolenta e preguiçosa.
Agora chegado o momento realmente do parto, a fêmea demonstrará inquietação, micções freqüentes, procurando lugares mais calmos e mesmo escuros, muitas vezes carregando para onde estiver roupas que tenha a seu alcance como se estivesse fazendo o próprio ninho para suas crias.
No próprio dia do parto, em geral a gestante rejeita a alimentação, não chegando sequer a cheirar o próprio alimento que lhe seja servido. Já água a mesma procurará insistentemente. Chegada a hora, serão notados movimentos abdominais semelhantes aqueles que a própria fêmea executa para evacuar, movimentos esses com pouca freqüência e distanciados uns dos outros, que a medida que o tempo passa, vão se repetindo com menor intervalo de tempo, até a sucederem-se quase que em seguida uns dos outros. Deverá aparecer pela abertura da vagina, que estará simultaneamente aumentada de volume e congesta, um corrimento seroso resultante da ruptura da chamada bolsa das águas, ou mesmo o aparecimento dessa bolsa pela abertura natural. Nesse caso, com uma tesoura, deverá tal bolsa ser rompida com um ligeiro talho, escorrendo então essa secreção natural. Logo em seguida deverá aparecer o primeiro feto, tanto faz que sua apresentação seja anterior (com a cabeça em primeiro lugar), ou posterior (com as pernas traseiras em primeiro lugar), e logo em seguida sua expulsão com uma contração mais forte executada cadela. Em seguida ao feto sairá a placenta correspondente, tendo o cordão umbilical ligado ao umbigo do feto. Em geral a própria cadela, com os dentes, rompe esse cordão umbilical, e caso isso não for feito pela parturiente, deverá quem estiver assistindo ao parto, assim proceder com uma tesoura previamente desinfetada, conservando apenas cerca de 2 a 3 cm desse cordão umbilical. Em seguida, também proceder a ligadura desse cordão, com um fio de linha grossa, distante cerca de um centímetro do ventre do filhote. Desinfeção do chamado coto (ou seja o pedaço de cordão umbilical) conservado, com tintura de Iodo ou Mertiolate também é recomendável.
Entre o início das contrações abdominais até o término do parto, com a expulsão de todos os filhotes gerados, muitas vezes transcorrem até uma ou mais horas, o que não deve ser motivo de aflição de quem estiver assistindo ao parto. Desde que o estado da cadela parturiente seja normal, não há necessidade de maior cuidado: apenas vigilância para auxílio, caso necessário. Apenas na hipótese de serem infrutíferas as contrações, sem o aparecimento de nenhum feto pela abertura natural da cadela, será razão para procura do profissional competente para as medidas que se fizerem necessárias, porém, isso seria exceção a regra. Nesse caso então, o tocólogo: como é chamado o veterinário parteiro, é quem deve decidir o que deve ser feito.
É importante que se peça orientação ao veterinário sobre os sinais normais e anormais de um parto. Uma ninhada pode ser perdida por falta de experiência da cadela ou demora na saída do primeiro filhote. O veterinário irá orientar como proceder e quando contactá-lo em caso de anormalidades durante o parto.

Causas de perda da ninhada:
- demora na saída de algum filhote por falta de dilatação ou fetos muito grandes.
-falta de contrações para expulsão dos filhotes.
-eclâmpsia : falta cálcio, o útero não se contrai. Emergência veterinária.
-tempo de gestação prolongado (acima de 62 dias).
-torções do útero que impeçam a expulsão dos filhotes.

A NINHADA
Os filhotes irão mamar logo após o nascimento e irão adquirir os anticorpos passados pelo leite materno.
Cadelas não vacinadas fornecerão bem menos anticorpos do que aquelas que tem a vacinação em dia.
A cadela permanecerá no ninho o dia todo, só saindo para urinar e defecar. Colocar água e comida próximos a cadela. Muitas delas podem ficar agressivas com a aproximação de estranhos ou mesmo do dono. Não insista pois o instinto materno falará mais alto e a fêmea poderá atacar.
A cadela irá lamber os genitais e ânus dos filhotes o que os estimulará a defecar e urinar. A mãe irá comer os dejetos dos filhotes. A partir de 20 a 25 dias de idade, a cadela começa a rejeitar os filhotes. E hora da orientação do veterinário quanto ao desmame.
Os filhotes abrem os olhos com 10 a 15 dias de idade. Os dentes começam a nascer entre 25 e 30 dias. Com 15 dias eles já começam a dar os primeiros passos, meio arrastados.
Com 30 dias de idade a mãe já não terá paciência com os filhotes, estes já não vão ficar quietinhos dentro da caixa...estará instalada a bagunça!
Os filhotes podem ser separados da mãe a partir de 45 dias de idade. Orientar o novo proprietário a levar o cãozinho ao veterinário para exames e início da vacinação. Não deixar que o filhote saia na rua ou tenha contato com outros cães antes de completar todas as vacinas.
Na hipótese de se tratar de animais em que seja usual o corte de cauda, esta deverá ser providenciada após três dias do nascimento e até 7 dias, portanto na primeira semana de vida. Igualmente no caso de nascerem os filhotes com o chamado Ergot (Unha ou dedo de lobo), constituídos por dedos ou unhas supranumerárias mais freqüentemente nos membros posteriores, estes deverão também ser extirpados pelo veterinário, na primeira semana de vida. Tais Ergots, assim chamados pelos Franceses, são resquícios do quinto dedo, hoje atrofiados por falta de uso e não mais presentes nesses membros dos cães domésticos.